27 de agosto de 2021

E se… a Sagrada Família fosse aqui?

E se fosse em aqui?
Tempo de Leitura 2 min.

A obra do Temple Expiatori de la Sagrada Família começou em 1882, mais de um século atrás e permanece em construção, com conclusão prevista para 2026. É, talvez, a estrutura mais conhecida do modernismo catalão, atraindo mais de três milhões de visitantes anualmente. O arquiteto Antoni Gaudí trabalhou no projeto até sua morte em 1926, mesmo sabendo que não viveria para vê-lo finalizado.

A Sagrada Família é realmente um ícone: ela utiliza formas tridimensionais de superfícies regradas, incluindo hiperbolóides, parábolas, helicóides, e conóides. Estas formas complexas permitem uma estrutura delgada, mais fino, e destinam-se a melhorar a acústica e qualidade da luz do templo. Gaudí utilizou modelos de gesso para desenvolver o projeto, incluindo uma maquete em escala 1:10 da nave principal medindo cinco metros de altura, com dois metros de largura por dois de profundidade. Ele também desenvolveu um sistema de cordas e pesos suspensos a partir de uma planta do templo no teto. A partir deste modelo invertido ele derivou os ângulos necessários das colunas, abóbadas e arcos. Isto é evidente nas colunas inclinadas da fachada da Paixão, que lembram estruturas tensionadas, mas atuam em compressão.

Mas…. e se a Sagrada Família fosse construída em BH?

Se Gaudí vivesse hoje em BH, provavelmente seria impedido de iniciar a jornada de construção da sua obra prima. Sabe por que? Depois de concluída, La Sagrada Família contará com dezoito torres compostas para apresentar vistas únicas sobre o templo a partir de qualquer ponto de observação. Quatro torres sineiras representando os Apóstolos coroam cada fachada, atingindo cerca de 100 metros de altura. No extremo norte, uma torre que representa a Virgem Maria irá se situar sobre a abside. A torre central atingirá 172 metros de altura e simbolizará Cristo, rodeado por quatro torres representando os Evangelistas.

A prefeitura de BH não provavelmente não concederia o alvará de construção por conta da altura máxima da edificação, que aqui na cidade (ainda) não chega aos 172 metros de altura que o icônico templo religioso possui. Então… talvez ela ficaria só no papel! Ainda bem que o catalão escolheu Barcelona para deixar seu legado, não é mesmo?

Lembrando que é só uma brincadeira, tá? Contamos sempre com estratégias lúdicas para explicarmos melhor como funcionam os parâmetros urbanísticos por aqui. Além disso, obras extraordinárias sempre exigiram flexibilidade e sensibilidade das autoridades locais para o que não cabia nos códigos. Até a próxima!

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