19 de setembro de 2024
Casa das Cascatas em BH?
Considerada uma das mais famosas casas do mundo, a Casa da Cascata foi projetada em 1934 pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, considerado o introdutor da arquitetura moderna nos Estados Unidos e construída em 1936 no sudoeste rural da Pensilvânia. No entanto, a sua principal característica é o fato de ter sido erguida parcialmente sobre uma pequena queda de água, servindo-se dos elementos naturais ali presentes (como pedras, vegetação e a própria água) como constituintes da composição arquitetônica. Assim como várias outras obras de Wright, foi construída com materiais experimentais para a época.
O edifício foi construído em três níveis em uma pedra acima de uma cachoeira natural. A sua composição é horizontal, ainda que um pouco complexa. O edifício cresce de dentro para fora e se espalha para as necessidades de seus habitantes. Cada andar é marcado por grandes saliências que projetam de forma assimétrica em várias direções que se transformam em terraços suaves limitados por placas de concreto. Para implantar essa solução, Wright se inspirou na arquitetura japonesa, contando com um exterior que mantém uma relação íntima com a natureza que o rodeia. Quando se está dentro dela, parece que a casa estivesse entre as árvores, as rochas, o rio e a cascata.
Mas…. e se a Casa da Cascata fosse construída em BH?
Procurar uma queda d’água pelos arredores de Belo Horizonte para construir a casa não seria um problema, né? O problema desse projeto seria o não cumprimento à distância mínima que se deve construir de uma área de proteção permanente. Por aqui, a casa teria que ter uma distância de pelo menos 15 metros da queda d’água. E não é só isso: A sala da casa conta com um pé direito de 1,90m, outro fator que seria impeditivo para se construir por aqui, já que o Código de Obras de Belo Horizonte exige que os cômodos tenham pelo menos 2,10m de pé direito.
Lembrando que é só uma brincadeira, tá? Contamos sempre com estratégias lúdicas para explicarmos melhor como funcionam os parâmetros urbanísticos por aqui. Além disso, obras extraordinárias sempre exigiram flexibilidade e sensibilidade das autoridades locais para o que não cabia nos códigos. Até a próxima!